Peñarol endurece em jogo, mas time misto do Botafogo resiste e fica a 90 minutos do sonhado título inédito
Botafogo a um passo da glória: derrota para o Peñarol não tira vaga histórica na final da Libertadores
O Botafogo está a apenas 90 minutos de conquistar a América. Na última quarta-feira, o time garantiu presença na final da Conmebol Libertadores, apesar da derrota por 3 a 1 para o pentacampeão Peñarol, em pleno Estádio Centenário, em Montevidéu. Mesmo com o revés, a classificação foi confirmada graças à goleada por 5 a 0 aplicada no jogo de ida, no Estádio Nilton Santos, que deu ao Glorioso uma vantagem confortável para o confronto decisivo.
Com o agregado amplamente favorável, o técnico Artur Jorge optou por uma estratégia segura e poupou cinco titulares, mandando a campo um time misto. O zagueiro Barboza, o volante Gregore e os atacantes Luiz Henrique e Igor Jesus, todos pendurados, foram preservados para a grande final. Já o meia Almada, peça essencial no esquema do Botafogo, também foi resguardado para evitar desgastes e possíveis lesões. A equipe titular foi composta por jogadores habituados à pressão, mas claramente focada na partida decisiva que se aproxima.
Mesmo assim, o Peñarol não facilitou e fez valer a tradição uruguaia com uma atuação agressiva, pressionando intensamente e conseguindo o resultado positivo diante da torcida. O Botafogo, por sua vez, controlou o ímpeto do adversário e soube administrar o placar, consciente de que a vantagem obtida no Brasil era suficiente para seguir rumo à tão sonhada final.
Agora, o Glorioso está a um jogo de fazer história e trazer o primeiro título de Libertadores para o clube. (veja melhores momentos)
Primeiro tempo intenso: Peñarol pressiona e domina, mantendo esperanças de reviravolta
Apesar da goleada sofrida no primeiro jogo, o Peñarol entrou em campo no Estádio Centenário com postura agressiva e apoiado por uma torcida que ainda acreditava na chance de uma final histórica. Desde o apito inicial, o time de Diego Aguirre mostrou pressa, impondo um ritmo acelerado e aproveitando as laterais para tentar surpreender a defesa alvinegra. Logo no primeiro minuto, Léo Fernández quase abriu o placar em um chute perigoso, destacando-se ao movimentar-se constantemente, ocupando diferentes espaços e participando ativamente da criação de jogadas.
O Botafogo, com cinco jogadores diferentes da formação titular, sentiu a pressão do início. Dificuldades para segurar a bola e construir jogadas foram evidentes, com o time apostando em lançamentos diretos para Tiquinho, que tinha a missão de fazer o pivô. No entanto, o centroavante foi constantemente bem marcado, e a equipe carioca encontrou problemas em conectar o meio-campo ao ataque. Pela esquerda, Matheus Martins e Alex Telles tiveram dificuldades para sincronizar jogadas, impedindo o avanço pelo setor.
As oportunidades do Botafogo surgiram esparsamente. Alex Telles teve uma cobrança de falta perigosa aos 21 minutos, e uma troca de passes rara resultou em finalização de Savarino aos 28, mas sem grande perigo. Já o Peñarol, aproveitando a confiança que o apoio da torcida proporcionava, conseguiu furar o bloqueio aos 30 minutos: Báez recebeu um passe de Léo Fernández na intermediária e acertou um chute certeiro de longa distância, indefensável para o goleiro John. A jogada surgiu após Vitinho ser driblado com facilidade, abrindo espaço para a finalização.
A intensidade do Peñarol continuou nos minutos seguintes, e a equipe quase ampliou aos 32, em cabeceio de Pérez que superou Bastos e acertou a trave. O volume ofensivo dos uruguaios foi avassalador, somando 15 finalizações no primeiro tempo, enquanto o Botafogo, recuado e sem conseguir se organizar, finalizou apenas quatro vezes.
Almada entra, ajusta o meio-campo, e Botafogo alivia pressão até o apito final
No segundo tempo, Artur Jorge não hesitou em mudar a postura do Botafogo ao colocar Thiago Almada, que havia sido poupado, no lugar de Matheus Martins, amarelado. A mudança trouxe efeito imediato: com mais controle e troca de passes na frente, Almada ajudou o time a respirar, criando jogadas e apostando no “um contra um” pelo lado direito. Logo aos 8 minutos, ele avançou sobre a marcação e passou para Tiquinho, que foi derrubado na área, mas o pênalti foi anulado após revisão.
Para dar mais força no meio-campo, o técnico português substituiu Vitinho e Tchê Tchê por Mateo Ponte e Eduardo. Apesar de uma atuação equilibrada, o Peñarol continuava inspirado, e Báez brilhou novamente com um belo chute de fora da área, ampliando o placar.
A partida ficou tensa. Bastos, com cartão amarelo, foi substituído por Allan, mas a falta de entrosamento e o nervosismo no campo eram visíveis. A torcida botafoguense, inquieta nas arquibancadas, foi chamada a apoiar por Alex Telles. A pressão, no entanto, afetou Mateo Ponte, que cometeu duas faltas duras em sequência e acabou expulso. Em resposta, Artur Jorge trouxe o zagueiro Barboza, pendurado, para recompor a defesa, tirando Danilo de sua posição improvisada.
A calma do Botafogo veio justamente de um lançamento de Barboza: o zagueiro encontrou Almada em um contra-ataque. Almada avançou até a área e encontrou Marlon livre na segunda trave, que só devolveu para o camisa 23 marcar, coroando sua entrada com um gol.
Mas a Libertadores exige atenção até o último minuto, e o Peñarol aproveitou uma leve desatenção do Botafogo na saída de bola para marcar novamente. Aos 43, Pérez surpreendeu a defesa alvinegra com um passe aéreo preciso para Batista, que dominou com estilo e ampliou, dando emoção aos instantes finais. Mesmo com a derrota, a vantagem de 5 a 0 construída no primeiro jogo garantiu ao Botafogo a inédita vaga na final da Libertadores.
Agenda
Antes da final da Libertadores, o Botafogo volta as suas atenções para o Campeonato Brasileiro. Líder da competição, com três pontos à frente do vice-líder Palmeiras, o time volta a jogar na terça-feira, contra o Vasco, no Estádio Nilton Santos, pela 32ª rodada.
Comments